Os Caboclos e Caboclas

 

Umbanda, religião e ciência. Absorção das vibrações cósmicas que atuam sobre a natureza, congregação de entidades que se apresentam em formas diversas, doando o bem, a necessária ajuda ao ser humano.

Dentre os protetores que se agrupam em Falanges, uma se destaca pelo seu vigor, pela presteza com que se apresenta auxiliando os necessitados: A Falange de Caboclos.

Caboclos, significa mestiço de branco com índio. Na percepção umbandista, nos referimos aos indígenas, que em épocas remotas habitavam diversas partes do nosso planeta. Uma civilização primitiva, mais de grande sabedoria.

Façamos uma viagem no tempo. No Dia 12 de Outubro de 1492, tudo começou, na ilha de São Salvador, quando ali chegou Cristóvão Colombo.

Chegando na ilha, ao encontrar seus habitantes, deu-lhes o nome de “Índios”.

Muitas coisas aconteceram, desde aquele momento, até os dias de hoje. A catequização ocorreu principalmente com as tribos TAIANOS e ARAWAK. Algumas foram levados para a Espanha.

Até meados do século passado, as primeiras manifestações espirituais, atribuídas por diversos autores, o índio pele-vermelha, procurava uma comunicação, através de pancadas e ruídos, até então não identificados.

Foi no Brasil, que estes espíritos indígenas, de diferentes posições geográficas, encontraram dentro de uma espiritualidade a verdadeira oportunidade de evoluírem, cada vez mais, através do auxílio prestados, a nós, seres carentes de ajuda.

É em nosso país, o Brasil, que se pratica a Umbanda. Sabemos que a Umbanda tem a sua origem nos cultos afros, trazidos pelos escravos que aqui chegaram. Curiosamente, nestes mesmos “cultos afros”, não encontramos a presença dos Caboclos e Pretos Velhos. Falanges de Espíritos que só se apresentam e se incorporam como parte importante á Umbanda.

Os Caboclos e Pretos Velhos, fazem parte da “Umbanda Brasileira”. Salientamos porém que a Umbanda, Religião e Ciência, é praticada somente no Brasil e assim sendo, agrupam espíritos que embora em suas encarnações tenham vivido em outros países, se identificam espiritualmente, na vibração, no modo de vida quando encarnados.

Encontramos não só índios que habitavam nosso país, mas também os que vieram nos Estados Unidos da América do Norte, os Astecas e os Maias na América Central, os Incas no Peru e os demais que povoaram a América do Sul.

Quando falamos de Caboclo, na Umbanda é fazer menção a todos eles. Com denominações diversas, atuam em nossos terreiros e que com humildade, como muito bem recomenda a espiritualidade, se omitem em detalhes referentes as suas vidas passadas, quando encarnados. Na Umbanda, os Caboclos constituem uma falange e, como tal, penetram em todas as linhas, atuando em diversas virações. Entretanto, cada um deles tem uma vibração originária, que pode ser ou não aquela em que ele atua.

Antigamente existia a concepção de que todo Caboclo seria um Oxóssi, ou seja, viria sob a vibração deste Orixá. Porém em nossa percepção, compreendemos que Caboclos diferentes, possuem Vibrações Originais Diferentes, podendo se apresentar sob a Vibração de Ogum, de Xangô, de Oxóssi ou Omulu. Já as Caboclas, podem se apresentar sob as Vibrações de Iemanjá, de Oxum, de Iansã ou de Nanã. Não há necessidade da Vibração do Caboclo-guia, coincidir com a do Orixá dono da coroa do médium: o guia pode ser, por exemplo, de Ogum, e atuar em um sensitivo que é filho de Oxóssi; apenas neste caso, a entidade, embora sendo de Ogum, assimilará a vibração de Oxóssi.

Embora existam diferenças entre os nomes encontrados por diferentes pesquisadores para as entidades, em relação as suas Vibrações Originais, apresentamos a seguir uma relação que nos parece a mais próxima de uma realidade:

Caboclos de Ogum

Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço

Caboclos de Xangô

Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.

Caboclos de Oxóssi

Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.

Caboclos de Omulu

Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d’água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.

Caboclas de Iansã

Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira

Caboclas de Iemanjá

Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d’Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente

Caboclas de Oxum

Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê

Caboclas de Nanã

Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassu

 

 

 

Autor: Babalorixá Célio Silva / Tenda Espirita Caboclo Cobra Coral